Pop Mart perde US$ 13 bilhões e “febre Labubu” dá sinais de enfraquecimento

Após conquistar colecionadores no mundo todo, sucesso dos bonequinhos da marca chinesa enfrenta saturação do mercado e mudança no comportamento do consumidor.

Quem diria que aqueles bonequinhos fofos, de olhos grandes e expressão divertida, que viraram febres nas prateleiras e nas redes sociais, poderiam provocar uma turbulência bilionária? Pois foi exatamente o que aconteceu com a Pop Mart, empresa chinesa conhecida por criar personagens colecionáveis que arrebatam corações (e carteiras). A companhia perdeu nada menos que US$ 13 bilhões em valor de mercado na bolsa de Hong Kong, levantando dúvidas: será que estamos assistindo ao fim da tão comentada “febre Labubu”?

Para quem não acompanhou de perto, o Labubu é um dos personagens mais icônicos da Pop Mart. Sua aparência excêntrica, entre o fofo e o esquisito, conquistou uma legião de fãs, especialmente jovens adultos que veem nos colecionáveis uma mistura de hobby, investimento e até forma de expressão. Durante algum tempo, encontrar um Labubu raro era como achar um tesouro. Alguns chegaram a ser revendidos por valores impressionantes em sites e grupos especializados.

Mas como toda febre, o auge nem sempre dura para sempre. Os números recentes da Pop Mart mostram que o encanto parece ter diminuído. Parte disso pode estar ligado à saturação do mercado: quando todo mundo já tem a estante cheia, o desejo de comprar mais diminui. Além disso, novos concorrentes surgiram oferecendo alternativas semelhantes, muitas vezes a preços mais acessíveis.

Outro fator importante é o próprio comportamento do consumidor. As novas gerações estão cada vez mais atentas ao consumo consciente, e gastar valores altos em colecionáveis pode ter deixado de ser prioridade para muitos. Em tempos de instabilidade econômica, até os fãs mais apaixonados repensam suas compras, afinal, entre um bonequinho raro e uma viagem, a balança pode pesar para a experiência.

Ainda assim, é cedo para decretar o “fim” da Pop Mart. Empresas de entretenimento e cultura pop vivem de altos e baixos. Basta lembrar de como marcas como Pokémon, Lego ou até Barbie tiveram momentos de aparente declínio, mas conseguiram se reinventar e voltar ainda mais fortes. O desafio da Pop Mart agora é transformar a crise em oportunidade. Isso pode significar criar novos personagens tão carismáticos quanto o Labubu, investir em colaborações com artistas renomados ou expandir para novos mercados.

Para os colecionadores, a queda da febre pode ter um efeito curioso: enquanto alguns desanimam, outros enxergam uma chance de ouro para adquirir peças antes consideradas inalcançáveis. Afinal, no universo dos colecionáveis, o valor afetivo muitas vezes fala mais alto do que o financeiro.

O episódio também traz uma reflexão sobre como as tendências culturais se transformam em negócios bilionários e, ao mesmo tempo, como podem perder força tão rapidamente. O Labubu não deixou de ser fofo ou icônico; o que mudou foi o apetite do mercado. É um lembrete de que moda, entretenimento e consumo andam de mãos dadas, mas dançam conforme o ritmo do público.

No fim das contas, talvez não estejamos presenciando o fim da “febre Labubu”, mas sim o fim de sua fase mais explosiva. A Pop Mart ainda tem uma base fiel de fãs e pode encontrar novos caminhos para reconquistar o brilho perdido. Como toda febre, pode até baixar, mas isso não significa que desapareça por completo. Às vezes, basta uma nova dose de criatividade para reacender o entusiasmo.

Fonte: mapaempresariall.com.br