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Publicado: 17 de setembro de 2025 às 20:07

Senado aprova venda de remédios em supermercados: mais praticidade para o consumidor

Medida promete facilitar o acesso a medicamentos de venda livre, mas gera debates sobre segurança, automedicação e impactos para farmácias tradicionais.

A rotina de muitas famílias brasileiras pode estar prestes a mudar. Imagine poder comprar aquele analgésico para dor de cabeça ou o antigripal que resolve seus sintomas mais rápido no mesmo lugar onde você pega o arroz, o feijão e o pãozinho. Pois é exatamente isso que pode acontecer depois que uma comissão do Senado aprovou a venda de medicamentos isentos de prescrição em supermercados.

A medida, que ainda precisa percorrer algumas etapas antes de virar realidade, já está dando o que falar. De um lado, muita gente vibra com a ideia de praticidade. Afinal, quem nunca passou pela situação de estar em casa tarde da noite, sentir um mal-estar e perceber que não tinha nem um simples remédio para aliviar os sintomas? Ter esses produtos disponíveis em supermercados facilitaria e muito a vida.

Do outro lado, há preocupações legítimas. Farmacêuticos, por exemplo, lembram que, mesmo quando falamos de medicamentos de venda livre, sempre existe algum risco se usados de forma incorreta. O acesso facilitado pode trazer comodidade, mas também levanta o alerta sobre automedicação. A grande questão é como equilibrar esses dois lados: a praticidade para o consumidor e a segurança para a saúde.

Vale destacar que essa não é uma ideia inédita. Em vários países, como Estados Unidos e Portugal, já é possível comprar medicamentos básicos em supermercados. A diferença é que, nesses lugares, a prática vem acompanhada de regras claras, fiscalização e, muitas vezes, até informações adicionais impressas nas embalagens. No Brasil, se a medida avançar, será necessário pensar em algo parecido para garantir que o consumidor esteja bem informado.

Outro ponto de debate é o impacto no setor farmacêutico. Pequenas farmácias podem sentir o peso da concorrência, já que parte de suas vendas vem justamente dos medicamentos mais simples, aqueles que não exigem receita. Se esses produtos migrarem para as prateleiras dos supermercados, a competição pode ficar ainda mais acirrada. Por outro lado, os defensores da medida argumentam que a mudança beneficiaria os consumidores, que teriam mais opções de compra e, possivelmente, preços mais baixos.

Para além da discussão técnica, há também o aspecto cultural. O brasileiro tem uma relação muito particular com a farmácia de bairro: aquele lugar onde, muitas vezes, o balconista conhece pelo nome, indica um produto e até oferece uma conversa rápida sobre o dia. A farmácia não é apenas um ponto de venda, mas um espaço de acolhimento. A pergunta é: será que o supermercado conseguirá ocupar esse mesmo papel?

É claro que a decisão ainda vai gerar debates intensos no Congresso e entre especialistas da área da saúde. Mas uma coisa já é certa: a proposta toca diretamente no cotidiano das pessoas. Não é apenas sobre política ou economia; é sobre a vida prática de quem precisa de um remédio no dia a dia.

No fim, talvez a solução esteja no meio-termo: permitir a venda em supermercados, mas com regras claras, embalagens que tragam alerta de uso e campanhas educativas para conscientizar a população. Porque, convenhamos, ninguém quer transformar a praticidade de pegar um analgésico junto com o pacote de café em um problema de saúde pública.

Enquanto a discussão avança em Brasília, o consumidor observa com expectativa. Afinal, em tempos de correria, qualquer medida que facilite a vida parece bem-vinda desde que venha acompanhada de responsabilidade.

Fonte: mapaempresariall.com.br