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Publicado: 26 de setembro de 2025 às 14:11

Quando o prato vira motivo de revolta na UFRPE

Estudantes denunciam que refeições do restaurante universitário estavam sendo servidas com lagartas, moscas e carne de porco com pelos, levantando questionamentos sobre higiene e respeito no campus.

Os estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco estão revoltados após encontrarem lagartas, moscas e até carne de porco com pelos nas refeições servidas pelo restaurante universitário. Para quem vê de fora, pode parecer apenas uma polêmica passageira, mas para quem depende do RU todos os dias, a situação é bem mais séria. Não se trata apenas de uma refeição estragada, mas de um impacto direto na rotina de milhares de jovens que contam com esse espaço para conseguir se alimentar com dignidade.

Imagine a cena: após horas de aula, com fome e pressa, o estudante entra na fila, pega a bandeja e se depara com algo totalmente inesperado, uma lagarta boiando no feijão ou um pedaço de carne maltratado, ainda com pelos. É a frustração misturada com nojo, e a sensação de estar sendo desrespeitado. Um aluno chegou a desabafar: “Não é porque a gente paga pouco que temos que comer qualquer coisa”. Essa fala resume bem o sentimento de muitos.

Para entender o peso disso, é importante lembrar que boa parte dos alunos mora em alojamentos ou longe da universidade. Muitos não têm condições de sair para almoçar em outro lugar, nem dinheiro para pagar por restaurantes fora do campus. O RU, que deveria ser um apoio fundamental, acaba se tornando motivo de insegurança. Comer ali virou quase uma roleta russa: será que hoje vai estar tudo certo ou vou me deparar com mais uma surpresa desagradável?

A universidade afirma que está apurando os casos e prometeu reforçar a fiscalização, mas a resposta não convenceu os estudantes. Eles pedem mais do que promessas: querem medidas concretas, mais transparência e até sugerem que uma comissão formada por alunos participe da fiscalização da cozinha. É um pedido simples, que, no fundo, significa apenas o desejo de não precisar desconfiar do próprio prato de comida.

Esse problema, infelizmente, não é exclusivo da UFRPE. Outros campi pelo Brasil já enfrentaram situações parecidas, revelando uma questão maior: quando o restaurante universitário falha, não é apenas a alimentação que está em jogo. É a saúde, a tranquilidade e até o desempenho acadêmico de jovens que já enfrentam muitos desafios para se manter na universidade.

No fim das contas, os estudantes não estão pedindo luxo nem cardápios elaborados. Eles querem o básico: higiene, respeito e segurança alimentar. Como disse uma aluna em protesto, “somos estudantes, não cobaia”. Essa frase ecoa porque traduz o que todos ali sentem que dignidade não pode ser opcional.

Esse episódio deixa uma reflexão importante: a comida que vai ao prato de um estudante é muito mais do que nutrientes, é também um símbolo de cuidado e responsabilidade. Quando isso falha, falha também o compromisso de uma instituição que deveria zelar não só pelo conhecimento, mas também pela vida de quem passa por seus corredores.

Fonte: mapaempresariall.com.br