Fazendeiro é multado em R$ 1,2 milhão por incêndio
O caso em Guaiçara revela os impactos das queimadas e reforça a importância de prevenção e cuidado com o meio ambiente.
Um incêndio pode começar com uma fagulha pequena, quase imperceptível. Mas, em poucos minutos, o que parecia controlável se transforma em uma tragédia ambiental difícil de medir. Foi exatamente o que aconteceu em Guaiçara, no interior de São Paulo, onde um fazendeiro foi multado em mais de R$ 1,2 milhão após um fogo devastar parte de sua propriedade e atingir áreas próximas.
A multa é alta, e não é à toa. Quando o fogo consome hectares de vegetação, o prejuízo não é apenas para quem é dono da terra. Ele atinge vizinhos, animais, o ar que todos respiramos e até o equilíbrio climático da região. Cada árvore que cai queimada, cada animal que foge assustado ou perde a vida, cada metro de solo que fica infértil carrega junto um pedaço de futuro que poderia ser preservado.
Muitas vezes, esses incêndios têm origem em práticas antigas, como a queima para “limpar” o terreno. No passado, esse tipo de atitude era até visto como normal. Mas hoje sabemos o quanto isso é perigoso e destrutivo. E não se trata apenas de legislação: trata-se de responsabilidade coletiva. Afinal, quem nunca respirou aquela fumaça pesada de queimadas e sentiu o peito arder?
O caso de Guaiçara chama atenção porque a multa milionária mostra uma mudança de postura do poder público. Antes, o que poderia passar despercebido agora ganha peso, e o recado é claro: não dá mais para ignorar os impactos ambientais. Mais do que punir, essas multas têm um papel educativo. Elas dizem, de forma prática, que cuidar do meio ambiente não é opcional. É um dever.
Mas a questão vai além do valor cobrado. E se, em vez de esperar o estrago acontecer para punir, houvesse mais incentivos para prevenir? Programas de conscientização, apoio técnico para produtores rurais e alternativas sustentáveis para o manejo da terra poderiam evitar situações como essa. É como aquele ditado: é melhor colocar uma cerca no topo do penhasco do que uma ambulância no fundo dele.
Vale lembrar que o Brasil inteiro sofre com os efeitos das queimadas, principalmente na época da seca. Basta olhar as notícias: fumaça que chega às cidades, aumento de doenças respiratórias, estradas interditadas e uma biodiversidade que paga um preço altíssimo. Não é exagero dizer que um incêndio em uma fazenda nunca fica restrito a ela. O fogo se espalha, e os danos também.
E como ficam as pessoas que vivem perto desses locais? Muitas vezes, pequenos agricultores e famílias ribeirinhas veem suas plantações destruídas e perdem o pouco que têm. Crianças e idosos são os mais afetados pela fumaça. E tudo isso poderia ser evitado com mais cuidado e consciência.
Claro, o fazendeiro de Guaiçara pode recorrer da multa, como a lei permite. Mas independentemente do resultado jurídico, o fato é que o fogo já causou danos que dinheiro nenhum consegue reparar completamente. A multa entra como uma tentativa de compensação, mas quem devolve os anos que uma área de vegetação nativa vai precisar para se regenerar? Quem devolve a vida de um animal que não conseguiu escapar das chamas?
No fundo, a reflexão que esse caso traz é simples: precisamos parar de ver o meio ambiente como algo distante. Ele é o chão que a gente pisa, o ar que respiramos, a água que corre nas torneiras. Se cada um fizer sua parte, acidentes como esse podem ser evitados. Mas se continuarmos repetindo velhas práticas, o prejuízo será coletivo.
No fim das contas, a multa milionária é só um número. O verdadeiro impacto do incêndio em Guaiçara está nas marcas que ficaram na terra e nas lições que nós, como sociedade, precisamos aprender. Que esse episódio sirva de alerta: preservar não é apenas uma opção ambiental. É, acima de tudo, um ato de cuidado com a vida.
Fonte: mapaempresariall.com.br