Fundo Verde para o Clima Bate Recorde Histórico Antes da COP30: US$ 3,26 Bilhões para Países Vulneráveis
O Fundo Verde para o Clima (GCF) da ONU anunciou um ano recorde com US$ 3,26 bilhões aprovados para 50 projetos em países vulneráveis, superando os US$ 2,9 bilhões de 2021.
O Fundo Verde para o Clima (GCF), maior mecanismo multilateral de financiamento climático da ONU, celebrou um ano histórico em 2025, aprovando US$ 3,26 bilhões para 50 projetos em países vulneráveis às mudanças climáticas, um recorde que supera os US$ 2,9 bilhões de 2021. O anúncio, feito às vésperas da COP30 em Belém (10-21 de novembro), reflete reformas administrativas que cortaram a burocracia pela metade, reduzindo o tempo de aprovação de projetos de dois anos para nove meses e o credenciamento de parceiros de três para nove meses. Mafalda Duarte, diretora executiva do GCF desde 2023, destacou: "Esse compromisso recorde é um sinal positivo em um contexto geopolítico desafiador, demonstrando nossa capacidade de entregar finanças climáticas em escala para os mais vulneráveis."
Com US$ 19,3 bilhões arrecadados desde 2015 e meta de US$ 50 bilhões até 2030, o fundo equilibra mitigação (45%) e adaptação (55%), priorizando Least Developed Countries (LDCs), Small Island Developing States (SIDS) e nações africanas.
Recordes e Reformas que Aceleraram Aprovações
As reformas de Duarte otimizam o GCF, permitindo entregas mais rápidas em meio a tensões como a saída dos EUA do Acordo de Paris e cortes europeus em ajuda externa. Em 2025, 22 projetos foram aprovados em uma única reunião do Conselho, totalizando US$ 1,33 bilhão – o maior volume em uma sessão.
- Arrecadação 2025: US$ 3,26 bilhões (recorde).
- Projetos Aprovados: 50 (mitigação/adaptação).
- Tempo Médio de Aprovação: Reduzido para 9 meses.
- Doações vs. Empréstimos: 45% doações; empréstimos concessionais com juros baixos para projetos lucrativos.
Duarte enfatiza: "Com pequenas quantias, mobilizamos capital privado massivo."
| Ano | Aprovações (US$ bi) | Destaque |
|---|---|---|
| 2021 | 2,9 | Segundo melhor ano |
| 2025 | 3,26 | Recorde histórico |
| Meta 2030 | 50 | Financiamento climático |
Projetos Emblemáticos e Foco em Vulneráveis
O maior projeto individual é de US$ 295 milhões para dessalinização e transporte de água na Jordânia, "vital" para uma nação em crise hídrica. Outros incluem:
- Mauritânia, Santa Lúcia e Papua Nova Guiné: Primeiros projetos nacionais do GCF.
- Gana, Maldivas, Mauritânia: US$ 120 milhões em sistemas de alerta precoce (UNEP).
- Zimbábue, Benim: Resiliência comunitária e empregos verdes.
45% dos recursos são doações para os mais pobres; empréstimos subsidiam projetos rentáveis, otimizando o fundo.
Contexto da COP30 e Desafios Globais
O recorde chega antes da COP30 em Belém, onde se discute o Novo Objetivo de Financiamento Climático (US$ 1,3 trilhão/ano até 2035). Duarte alerta: "A COP30 deve focar em compromissos concretos, não promessas simbólicas."
No Brasil, o desmatamento na Amazônia caiu 11% (5.796 km², menor em 11 anos), reforçando credibilidade para negociações.
Críticas persistem: ONGs questionam empréstimos por endividamento; Duarte defende: "Otimizam recursos para mais impacto."
Perspectivas: Impulso para o Sul Global
Com US$ 18 bilhões investidos em 300+ projetos, o GCF prioriza LDCs e SIDS. Para 2026, Duarte visa dobrar aprovações, alinhando à meta de US$ 50 bilhões. A COP30 pode catalisar novos aportes, com Brasil como anfitrião.
