CPI do INSS Prende Presidente da CBPA por Falso Testemunho: Terceira Detenção na Comissão
Ele mentiu sobre motivos de saída da Confederação Nacional dos Aposentados e Pensionistas (CNPA), negou conhecer "Careca do INSS" e omitiu relações com investigados como Gabriel Negreiros e Adelino Rodrigues Júnior.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga descontos ilegais em benefícios de aposentados, protagonizou mais um capítulo dramático nesta segunda-feira (03/11/2025) com a prisão em flagrante de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (CBPA). O depoente foi detido por falso testemunho após mentir sobre sua saída da Confederação Nacional dos Aposentados e Pensionistas (CNPA), negar conhecimento de figuras chave como "Careca do INSS" e omitir vínculos com investigados que movimentaram recursos da entidade. A decisão, solicitada pelo relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) e acatada pelo presidente Carlos Viana (Podemos-MG), representa a terceira prisão na CPMI, reforçando a narrativa de "encerramento de um ciclo de impunidade" em nome dos aposentados, viúvas e órfãos. A CBPA, com bens bloqueados pela Advocacia-Geral da União (AGU), é alvo de ações judiciais por irregularidades em descontos consignados.
O depoimento, transmitido ao vivo, expôs contradições que culminaram na voz de prisão, com Viana afirmando: "O silêncio também fala. Encerramos um ciclo de impunidade e começamos o tempo da verdade."
O Depoimento e as Mentiras que Levaram à Prisão
Abraão Lincoln, convocado como testemunha, foi confrontado com documentos e áudios que contradiziam suas declarações. Ele alegou ter renunciado à CNPA, mas provas mostraram afastamento por irregularidades. Ao ser questionado sobre "Careca do INSS", permaneceu em silêncio, interpretado como mentira. Omitiu relações com Gabriel Negreiros e Adelino Rodrigues Júnior, que transferiram recursos da CBPA a familiares de procuradores do INSS.
- Mentiras Identificadas:
- Saída da CNPA: Declarou renúncia; provas indicam afastamento.
- Conhecimento de "Careca do INSS": Silêncio como negação.
- Vínculos: Omitiu transações com Negreiros e Rodrigues Júnior.
Gaspar pediu a prisão: "Falso testemunho flagrante." Viana acatou: "Em nome dos aposentados, a verdade prevalecerá."
| Contradição | Declaração de Abraão | Prova Apresentada |
|---|---|---|
| Saída CNPA | Renúncia voluntária | Afastamento por irregularidades |
| Careca do INSS | Silêncio/negação | Áudios e documentos |
| Vínculos | Omissão | Transferências a familiares de procuradores |
Foto: Momento da voz de prisão na CPMI do INSS - Arquivo Senado Federal
Contexto da CPMI do INSS: Descontos Ilegais e Bloqueio de Bens
A CPMI investiga fraudes em descontos consignados no INSS, com rombo estimado em R$ 390 milhões. A CBPA, presidida por Abraão, teve bens bloqueados pela AGU em ações que apontam desvios para cabos eleitorais e entidades fantasmas. Essa é a terceira prisão: antes, empresários e presidentes de sindicatos foram detidos por obstrução.
Viana: "Começamos o tempo da verdade para aposentados, viúvas e órfãos."
Reações Políticas e Implicações
A prisão reforça a CPMI como ferramenta contra impunidade, com Viana celebrando: "Fim de ciclo de silêncio." Oposição critica "espetacularização", mas apoio popular é alto: 68% aprovam rigor (Quaest 11/2025).
Impacto: Acelera PEC da Segurança e debate sobre consignados, com 200 denúncias de violações na operação do Rio.
