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Publicado: 22 de novembro de 2025 às 08:35

PF prende Bolsonaro preventivamente em Brasília: medida cautelar do STF para preservar ordem pública

Ex-presidente, que cumpria prisão domiciliar há 100 dias, é levado à superintendência da corporação; decisão de Moraes visa impedir descumprimento de restrições

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) às 6h20 desta sábado (22), em Brasília, e levado para a superintendência da corporação. A medida, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não se refere ao cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, mas é uma cautelar para preservar a ordem pública, após descumprimento de restrições impostas anteriormente. Bolsonaro ficará em uma sala de Estado, reservada a ex-presidentes e autoridades de alto escalão, conforme protocolo oficial.

A prisão ocorre após mais de 100 dias de prisão domiciliar, iniciada em 4 de agosto por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator da Petição 14.129, que investiga atos antidemocráticos pós-eleições de 2022. Bolsonaro completou 100 dias de recolhimento em 11 de novembro, sob proibições como ausência de visitas (exceto advogados e autorizados pelo STF), uso de celular e manifestações em redes sociais – inclusive por terceiros.

“A Polícia Federal cumpriu neste sábado (22/11), em Brasília/DF, um mandado de prisão preventiva em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal”, informou a PF em nota oficial, destacando que o objetivo é garantir a efetividade das medidas cautelares.

Contexto da prisão: de domiciliar a preventiva por risco à ordem pública

A decisão de Moraes, na relatoria da Petição 14.129, alega que Bolsonaro violou restrições impostas sem condenação final, criando risco à estabilidade institucional. A sentença de 27 anos, proferida pela 1ª Turma do STF em outubro, ainda aguarda trânsito em julgado, mas a defesa pediu substituição por prisão domiciliar humanitária, argumentando proximidade da execução e "ameaça à sobrevivência" do ex-presidente.

A prisão preventiva, prevista no Código de Processo Penal (art. 312), é temporária e pode ser revogada a qualquer momento. Bolsonaro, que não resistiu à abordagem, foi transferido diretamente para a superintendência, onde passará por exames médicos e interrogatório inicial.

 

FatoDetalhes
Horário da prisão6h20 de sábado (22/11/2025)
LocalSuperintendência da PF em Brasília
Tipo de medidaPreventiva (cautelar, não cumprimento de pena)
Motivo principalPreservar ordem pública; descumprimento de restrições
Condições anterioresDomiciliar há 100+ dias; sem visitas, celular ou manifestações
Próximos passosInterrogatório; possível defesa via habeas corpus

Reações iniciais: apoio de bolsonaristas e críticas à "perseguição"

A prisão gerou imediata mobilização de apoiadores. No X (antigo Twitter), a hashtag #LiberdadeJairBolsonaro subiu aos trends, com mensagens de fé e solidariedade. Leitores da Revista Oeste expressaram apoio:

“Presidente Bolsonaro: esteja o senhor onde estiver, nós os patriotas, honestos, trabalhadores, estaremos com o senhor. FORÇA PRESIDENTE”, escreveu Antonio Saggese Netto. “Deus é contigo. Nunca desista do Brasil. Deus é contigo presidente26. Muito pode as orações de um justo…nesse momento tem muitos justificados pelo sangue do cordeiro, orando pelo senhor”, postou Silva Lilica.

Críticos, como o deputado Jocelio de Abreu e Silva (PSB-MA), ironizaram:

“Nenhuma novidade. Uma hora o castelo de mentiras começa a ruir. Questão de tempo.”

O PL, partido de Bolsonaro, convocou reunião de emergência para a tarde de sábado, com o deputado Valdemar Costa Neto coordenando a defesa jurídica. Aliados como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamaram a prisão de "golpe judicial", enquanto o governo Lula manteve silêncio oficial, com fontes do Planalto afirmando que a decisão é "exclusivamente judicial".

A defesa de Bolsonaro, liderada pelo advogado Fábio Wajngarten, prepara habeas corpus imediato, alegando "ilegalidade" e "falta de fundamentação concreta". Moraes tem até 24 horas para justificar a medida.

Impacto e contexto: saga judicial de Bolsonaro

A prisão preventiva soma-se à condenação de outubro pela 1ª Turma do STF, por tentativa de golpe, com pena em regime fechado. Anteriormente, Bolsonaro cumpria domiciliar por descumprimento de cautelares na Petição 14.129, que apura atos antidemocráticos. O caso, iniciado em 2023, envolve provas como minutas de decreto para intervenção no TSE e reuniões com militares.

Analistas veem a medida como sinal de endurecimento do STF contra ameaças à democracia, especialmente pré-eleições de 2026. O PL planeja manifestações, mas a PF alerta para contenção de multidões. Para apoiadores, é "martírio"; para críticos, justiça tardia.

Atualizações virão com o posicionamento oficial da defesa e possível decisão de Moraes.