Publicações
Publicado: 23 de novembro de 2025 às 14:57

Moraes

Martin De Luca, defensor da Trump Media e Rumble, acusa ministro do STF de usar decisões para intimidar protestos pós-8 de janeiro; prisão preventiva de ex-presidente é "insulto" e "caça às bruxas",

 O advogado norte-americano Martin De Luca, que representa a Trump Media & Technology Group e a plataforma Rumble em disputas contra censura, criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por "transformar o medo em arma" no Brasil. Em postagens no X (antigo Twitter) na segunda-feira (23), De Luca afirmou que muitos brasileiros pararam de protestar contra decisões do STF após os atos de 8 de janeiro de 2023, temendo se tornarem alvos. A declaração veio em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja prisão preventiva decretada por Moraes na madrugada de sábado (22) foi descrita como um "insulto" e escalada de uma "caça às bruxas", com fundamentos "frívolos que beiram a sátira".

De Luca, que atuou em casos de liberdade de expressão nos EUA, enfatizou que só os brasileiros podem superar o medo com protestos nas ruas, pois nem os Estados Unidos, nem Donald Trump, podem intervir sozinhos. A crítica ocorre dias após o governo Trump suspender tarifas sobre produtos brasileiros, medida que De Luca ironizou como "recompensa" pelo que chama de perseguição judicial.

“Muitos continuam me escrevendo em particular dizendo: ‘Os brasileiros não estão protestando porque têm medo.’ ‘Após 8 de janeiro, Moraes transformou o medo em arma. Qualquer um pode ser o próximo alvo.’ Sociedades só superam o medo quando seus cidadãos se unem e deixam claro que ‘já chega’”, escreveu De Luca no X, em 23 de setembro de 2025, atualizando sua visão sobre a prisão de Bolsonaro.

Críticas à prisão de Bolsonaro: "fundamentos frívolos" e risco de fuga

De Luca questionou os argumentos do STF para a prisão preventiva de Bolsonaro, decretada por Moraes na Petição 14.129 (investigação de coação no curso do processo). Ele listou três pontos "insustentáveis": violação não especificada da tornozeleira eletrônica (sem evidências); uma vigília pacífica de oração convocada por Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio; e a proximidade da residência de Jair (13 km) com a Embaixada dos EUA. Sob a lei brasileira, prisão preventiva exige prova concreta de risco de fuga ou obstrução, o que De Luca vê como ausente.

A prisão, cumprida às 6h20 de sábado (22), transferiu Bolsonaro para a Superintendência da PF em Brasília, em sala de Estado. Ela não executa a pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe – que aguarda trânsito em julgado –, mas reforça a domiciliar de 100 dias por descumprimento de cautelares. A defesa prepara habeas corpus, alegando "ilegalidade".

 

Argumento do STF (segundo De Luca)Crítica de De LucaContexto legal
Violação da tornozeleira"Não especificada, sem evidências ou explicação"Alegada tentativa de rompimento por "alucinação" de medicamentos
Vigília de oração"Pacífica, mas vista como risco"Convocada por Flávio para rezar pela saúde do pai
Proximidade com embaixada dos EUA"Incrivelmente frívolo, beira sátira"Residência de Bolsonaro a 13 km da representação americana

Contexto: apoio de Trump e tensão Brasil-EUA

De Luca, que defendeu Trump em disputas judiciais, vê a prisão como retaliação após os EUA suspenderem tarifas sobre produtos brasileiros (como carne e café) em novembro de 2025 – medida parcialmente motivada por críticas ao "caça às bruxas" contra Bolsonaro. Ele ironizou: "Logo após os EUA zerarem tarifas ao Brasil (impostas em parte pela caça às bruxas contra Bolsonaro), o STF responde com prisão preventiva. Coincidência?".

A declaração reflete apoio republicano a Bolsonaro, com Trump chamando-o de "líder forte" em outubro. No Brasil, bolsonaristas usam o episódio para mobilizar, enquanto o governo Lula mantém silêncio, atribuindo a decisão a Moraes como "isolada".

Analistas veem em De Luca um porta-voz informal de Trump na América Latina, ampliando a polarização pré-2026. A prisão preventiva, temporária, pode ser revogada, mas reforça o embate entre STF e bolsonarismo.