Joinville transforma lixo em energia: usina de biogás processa 100 toneladas/dia e abastece 7 mil lares
Projeto sustentável no Sul do Brasil reduz emissões de CO₂ em 29 mil toneladas/ano e estende vida útil do aterro em 25%
A cidade de Joinville, em Santa Catarina, tornou-se pioneira no Brasil ao inaugurar uma usina de biogás que converte mais de 100 toneladas de lixo municipal por dia em energia limpa, suficiente para abastecer cerca de 7 mil residências. O projeto, destacado no programa "A Força do Agro" da Revista Oeste, representa um marco na gestão de resíduos urbanos, processando anualmente mais de 100 mil toneladas de lixo e reduzindo o impacto ambiental ao cortar 29 mil toneladas de emissões de CO₂ por ano. Além disso, a iniciativa estende a vida útil do aterro sanitário local em 25% e economiza 50 mil metros quadrados de espaço em 20 anos, promovendo uma economia circular que beneficia o agronegócio com subprodutos como fertilizantes orgânicos.
A usina, que integra tecnologia de biodigestão anaeróbica, transforma resíduos orgânicos em biogás – metano capturado para geração de eletricidade –, alinhando-se à agenda de sustentabilidade do Sul do Brasil, região líder em inovação agroindustrial. O investimento inicial, de R$ 50 milhões, é financiado por parcerias público-privadas, com retorno projetado em 7 anos via venda de energia à rede pública.
“Essa usina é um case de sucesso: transforma lixo em riqueza, gerando energia limpa e fertilizantes para o agro. É o futuro da sustentabilidade urbana, reduzindo emissões e ocupação de aterros”, afirmou Joice Maffezzolli, apresentadora do "A Força do Agro", durante o episódio que explora o impacto ambiental e econômico do projeto.
Como funciona: do lixo ao biogás em etapas sustentáveis
O processo da usina de Joinville é simples e eficiente, convertendo resíduos em recursos valiosos:
| Etapa | Descrição | Resultado |
|---|---|---|
| Coleta e triagem | 100 toneladas/dia de lixo municipal (orgânico e reciclável) | Separação para biodigestão anaeróbica |
| Fermentação | Bactérias decompõem matéria orgânica em ambiente sem oxigênio | Produção de biogás (metano) + digestato orgânico |
| Geração de energia | Biogás alimenta geradores para eletricidade | Energia para 7 mil lares; venda à rede pública |
| Subprodutos | Digestato vira fertilizante para agricultura | Redução de 29 mil t de CO₂/ano; economia de espaço em aterro |
A tecnologia, importada da Europa e adaptada ao contexto brasileiro, evita emissões de metano (potente gás de efeito estufa) e produz biofertilizantes, beneficiando o agro catarinense com insumos orgânicos baratos.
Benefícios ambientais e econômicos: modelo para o Brasil
O projeto reduz a dependência de aterros sanitários, que ocupam 1,5 mil hectares no país (dados do Ministério do Meio Ambiente), e corta emissões equivalentes a 10 mil carros por ano. Economicamente, gera 50 empregos diretos e R$ 5 milhões anuais em royalties de energia, além de atrair investimentos para expansão – Joinville planeja dobrar a capacidade em 2027.
Santa Catarina, com 70% de resíduos orgânicos no lixo urbano, lidera iniciativas semelhantes, inspirando estados como RS e PR. O "A Força do Agro" enfatiza: o agro ganha com fertilizantes sustentáveis, fechando o ciclo do lixo à lavoura.
Desafios incluem custos iniciais altos (R$ 500 mil/ano em manutenção) e necessidade de coleta seletiva eficiente, mas o retorno ambiental é inegável.
