China retalia tarifas dos EUA visando petróleo, energia e carvão
A China está impondo tarifas retaliatórias sobre a energia dos EUA, afetando petróleo, GNL e carvão
A China é agora o maior importador de energia do mundo, mas as compras dos Estados Unidos continuam baixas, mitigando o impacto da decisão de Pequim na terça-feira de impor tarifas retaliatórias sobre as importações de petróleo bruto, gás natural liquefeito (GNL) e carvão dos Estados Unidos.
Após a implementação de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre a China no início de fevereiro, o Ministério das Finanças da China anunciou que imporia uma tarifa de 15% sobre as exportações de carvão e gás natural liquefeito dos EUA, bem como uma tarifa de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns modelos de veículos. Esta lista de preços entrará em vigor a partir de 10 de fevereiro.
As compras de petróleo bruto dos EUA caíram 52%, para 230.540 barris nos primeiros 11 meses de 2024 em relação ao ano anterior, de acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA). No ano inteiro, as compras de petróleo bruto cresceriam 1,7%, ou cerca de US$ 6 bilhões, de 2,5% em 2023. Por outro lado, espera-se que as vendas de GNL nos EUA cresçam significativamente, atingindo 4,16 milhões de toneladas, no valor de US$ 2,41 bilhões até 2024, quase o dobro das vendas de 2018.
Embora o GNL adquirido dos Estados Unidos sob contratos de longo prazo ainda possa ter preço competitivo para compradores chineses, mesmo com as novas mudanças de preço, a China espera que os compradores evitem comprar cargas domésticas dos EUA em favor de alternativas da Ásia. No entanto, encontrar essas fontes alternativas de energia pode ser difícil porque o mercado de GNL permanecerá aquecido até 2025, observaram analistas.
Espera-se que a lista de tarifas afete os comerciantes chineses que buscam novos acordos de fornecimento de GNL com os Estados Unidos, especialmente compradores menores com menor poder de barganha, como concessionárias de serviços públicos e distribuidores de gás urbano. Os Estados Unidos são o maior exportador mundial de gás natural liquefeito, e a China é o quinto maior exportador. Ainda assim, o governo chinês planeja aumentar as importações de GNL nos próximos anos e a China é vista como uma potencial compradora de grandes quantidades de GNL.
No que diz respeito ao petróleo, o impacto das tarifas sobre o WTI (West Texas Intermediate) dos EUA deve ser menos significativo, pois alternativas como o petróleo do Cazaquistão e dos Emirados Árabes Unidos são mais estáveis. A Sinopec, maior refinaria estatal da China e maior compradora de petróleo bruto dos EUA, pode buscar isenções fiscais ou recorrer a outros fornecedores no Oriente Médio.
Em termos de carvão, embora a China não seja um grande importador dos Estados Unidos, as importações de carvão de coque usado na produção de aço aumentaram significativamente, atingindo US$ 1,84 bilhão até 2024, um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior.