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Publicado: 26 de outubro de 2025 às 18:45

Chapada do Apodi: Nova Agro Colhe os Primeiros Frutos do Algodão com Inovação e Sustentabilidade

A Chapada do Apodi, no Ceará, inicia a colheita de algodão em um projeto inovador que une tecnologia, sustentabilidade e parcerias entre cooperativas e empresas.

A Chapada do Apodi, no interior do Ceará, dá um passo histórico ao iniciar a colheita de algodão em um projeto que redefine o agronegócio local com inovação e sustentabilidade. Liderada pela Cooperativa dos Algodoeiros do Apodi (Coapa), a iniciativa abrange 1.200 hectares cultivados por 120 famílias de produtores, em parceria com empresas como a Canafístula e apoio técnico da Embrapa Algodão. A colheita, que começou em outubro de 2025, utiliza tecnologias como drones para monitoramento, bioinsumos para controle de pragas e práticas regenerativas que preservam o solo, posicionando a região como um novo polo agrícola no Nordeste. O sucesso inicial, com estimativa de 2,5 mil toneladas de fibra, reforça o potencial econômico e social da área, que busca diversificar a economia além da fruticultura irrigada.

O projeto, destacado pelo colunista Egídio Serpa no Diário do Nordeste, reflete uma transição para uma "nova agro" no Ceará, combinando tradição com modernização e gerando empregos diretos e indiretos para mais de 500 pessoas.

Inovação e Sustentabilidade na Chapada do Apodi

A colheita marca a primeira safra comercial de algodão na região em décadas, impulsionada por um modelo cooperativo que integra pequenos e médios produtores. A Coapa, fundada há 20 anos, investiu em capacitação e tecnologia, com destaque para:

  • Drones e Sensoriamento: Monitoramento em tempo real para otimizar irrigação e detectar pragas, reduzindo custos em 15%.
  • Bioinsumos: Uso de agentes biológicos em vez de agrotóxicos, alinhando-se às demandas globais por produtos sustentáveis.
  • Práticas Regenerativas: Rotação de culturas e cobertura vegetal para melhorar a fertilidade do solo, adaptada ao semiárido.

A parceria com a Canafístula, que fornece insumos e logística, e a Embrapa, que oferece suporte técnico, garantiu produtividade inicial de 2,0 a 2,5 toneladas por hectare, acima da média nacional de 1,8 toneladas. A fibra será destinada a indústrias têxteis do Sul e exportação, com potencial de US$ 5 milhões em receita na primeira safra.

  • Área Cultivada: 1.200 hectares.
  • Produtores Envolvidos: 120 famílias.
  • Estimativa de Produção: 2.500 toneladas de algodão em pluma.

Foto: Produtores da Coapa em treinamento com técnicos da Embrapa - Arquivo Diário do Nordeste

Impacto Econômico e Social

A iniciativa gera impacto direto na economia local, com geração de 300 empregos diretos e 200 indiretos, além de elevar a renda média das famílias participantes em 40%. A diversificação do agronegócio na Chapada do Apodi, tradicionalmente focada em frutas como melão e mamão, reduz a dependência de mercados sazonais e fortalece a segurança alimentar. A Coapa planeja expandir para 2.000 hectares em 2026, atraindo investimentos de R$ 20 milhões.

Egídio Serpa destaca: "É um marco para o Ceará, mostrando que o semiárido pode ser produtivo com inovação e cooperação." A Embrapa prevê que o modelo pode ser replicado em outras regiões nordestinas, como o Piauí e o Rio Grande do Norte.

 

IndicadorResultado 2025Projeção 2026
Área (ha)1.2002.000
Produção (ton)2.5004.000
Empregos Diretos300500
Receita (US$ mi)58

Desafios e Perspectivas

Apesar do sucesso inicial, o projeto enfrenta desafios como a escassez hídrica e a necessidade de infraestrutura logística. A Coapa busca parcerias com o governo estadual para melhorar estradas e armazenagem. A sustentabilidade, porém, é o diferencial: 70% da produção será certificada como algodão orgânico, atendendo mercados europeus e americanos.

A colheita deve se estender até dezembro, com a primeira exportação prevista para janeiro de 2026. A região almeja se consolidar como referência nacional em algodão sustentável nos próximos cinco anos.