RJ Aprova Enquadramento de Facções como Terroristas: 72% Apoiam Medida Após Operação Letal
Pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (04/11/2025) mostra que 72% dos cariocas apoiam a classificação de facções criminosas como organizações terroristas, com 84% favoráveis a intervenção federal em favelas dominadas por PCC e CV.
Setenta e dois por cento dos cariocas apoiam a classificação de facções criminosas como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (04/11/2025). O levantamento, realizado entre 1º e 3 de novembro com 1.000 eleitores da capital fluminense, reflete a insatisfação com a segurança pública após a megaoperação Contenção, de 28 de outubro, que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e Penha – a mais letal da história do Rio. O apoio à medida, que alteraria a Lei Antiterrorismo (13.260/2016) para permitir intervenção federal e penas mais duras, atinge 84% quando especificada para favelas dominadas por facções. Além disso, 68% aprovam a operação policial, 79% defendem presídios federais para chefes criminosos e apenas 19% rejeitam o enquadramento terrorista. Com margem de erro de 3 pontos, o estudo Quaest expõe a demanda por ações enérgicas em um estado que registra 6 mil homicídios anuais, pressionando o Congresso a acelerar o PL 3.518/2025, de Delegado Ramagem (PL-RJ).
O resultado reforça a estratégia da oposição de direita, que usa a letalidade da operação para justificar medidas radicais contra o crime organizado.
Detalhes da Pesquisa Quaest: Apoio Maciço às Medidas Rígidas
Realizada por telefone e online, a pesquisa ouviu 1.000 eleitores com 16+ anos na cidade do Rio. Os resultados mostram consenso em ações duras:
- Facções como Terroristas: 72% a favor; 19% contra.
- Intervenção Federal em Favelas: 84% apoio.
- Aprovação da Operação: 68% aprovam; 25% reprovam.
- Presídios Federais para Líderes: 79% favoráveis.
- Penas de 30 Anos: 76% concordam.
A Quaest destaca: "Apoio reflete medo generalizado após 121 mortes; cariocas priorizam segurança acima de direitos humanos."
| Pergunta | % A Favor | % Contra | Indecisos |
|---|---|---|---|
| Facções Terroristas | 72% | 19% | 9% |
| Intervenção Federal | 84% | 11% | 5% |
| Operação Policial | 68% | 25% | 7% |
| Presídios Federais | 79% | 15% | 6% |
Foto: Gráfico Quaest com apoio à intervenção federal em favelas - Arquivo CNN Brasil
Contexto da Operação e Pressão por Mudanças Legais
A Contenção, contra o CV, mobilizou 2.500 agentes e apreendeu 118 armas, mas deixou 121 mortos (4 policiais, 117 suspeitos). Moradores resgataram 74 corpos de uma mata, denunciando chacina. Governador Cláudio Castro (PL) celebrou "faxina", enquanto Lula criticou falta de coordenação.
O PL 3.518/2025, de Ramagem, altera a Lei Antiterrorismo para incluir tráfico armado como terrorismo, permitindo intervenção sem pedido estadual. A Quaest mostra apoio majoritário.
Reações Políticas: Direita Capitaliza, Esquerda Resiste
Direita comemora: Ramagem: "O povo quer guerra total contra o terror das favelas." PT critica: Gleisi Hoffmann: "Populismo punitivista não resolve; precisa prevenção." 55% insatisfeitos com segurança (Datafolha 10/2025).
Implicações: Lei Antiterrorismo Contra Facções?
O apoio pode acelerar o PL na CCJ, com votação em dezembro. Especialistas preveem impacto: "Rompe impunidade, mas risco de abusos contra movimentos sociais", alerta Conrado Hübner Mendes.
