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Publicado: 27 de novembro de 2025 às 08:46

Irmão de Michelle Bolsonaro deixa governo de SP para comandar campanha de Tarcísio em 2026

Diego Torres, assessor especial do governador, pede exoneração após 3 anos; elo com família Bolsonaro, ele organiza estratégias para Tarcísio como favorito de Jair à Presidência

O assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Diego Torres – irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro –, pediu exoneração de seu cargo no Palácio dos Bandeirantes, em comum acordo com o governo. A saída, confirmada nesta terça-feira (26), marca o fim de três anos de atuação como articulador político, com foco em negociações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e como elo permanente entre Tarcísio e a família Bolsonaro. Torres, que cumpriu metas propostas pelo governador desde o início da gestão em 2023, dedicará-se exclusivamente à organização da campanha de Tarcísio para as eleições de 2026, onde o paulista é visto como o nome preferido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar a Presidência da República, com Michelle como possível vice.

A exoneração ocorre em um momento delicado, poucos dias após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e mantida em audiência de custódia. Apesar da confiança mútua entre Torres e Tarcísio – descrita como "extrema" por aliados –, a medida reflete a necessidade de separar funções governamentais de estratégias eleitorais, evitando desgaste político.

“Diego Torres foi peça-chave na articulação com a Alesp e na ponte com a família Bolsonaro. Sua saída é estratégica para focar na campanha, unificando a base conservadora em torno de Tarcísio”, afirmou um assessor do governador, sob condição de anonimato.

Papel de Torres: de articulador no governo a estrategista de campanha

Diego Torres ingressou no governo paulista em janeiro de 2023, logo após a posse de Tarcísio, atuando como assessor especial com salário de R$ 20 mil mensais. Sua função incluía negociações com deputados estaduais e manutenção de laços com o bolsonarismo, facilitando pautas como segurança pública e infraestrutura. Aliados destacam que ele "cumpriu todas as metas" propostas, consolidando Tarcísio como líder moderado no centro-direita.

Com a exoneração, Torres ganha liberdade para coordenar a pré-campanha: montar equipes, planejar comunicação, articular alianças e negociar apoios. A Revista Oeste antecipou em 26 de setembro de 2025 que Tarcísio é o "favorito de Bolsonaro" para 2026, com Michelle como vice para atrair eleitoras evangélicas. A dupla participaria de ato na Avenida Paulista em 6 de abril de 2025, reforçando laços.

Tarcísio adota prudência, adiando anúncios para evitar ofensivas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e desgaste com setores hesitantes do bolsonarismo. Sua equipe, porém, pressiona por início imediato da campanha, vendo na saída de Torres um passo crucial.

 

Função de TorresPeríodoPrincipais açõesImpacto na campanha 2026
Assessor especial (governo)Jan/2023 - Nov/2025Articulação na Alesp; elo com família BolsonaroCumpriu metas; base para transição eleitoral
Estrategista de campanhaA partir de dez/2025Montar equipes, comunicação, aliançasUnificar bolsonarismo; Michelle como vice

Contexto político: Tarcísio como herdeiro de Bolsonaro em 2026

A decisão de Torres reflete o planejamento para 2026, onde Tarcísio desponta como o nome da direita para suceder Bolsonaro politicamente. O governador, eleito com 55% dos votos em 2022, unifica conservadores com gestão focada em infraestrutura e segurança, atraindo eleitores além do PL. Bolsonaro, preso preventivamente desde 22 de novembro, reforçou confiança em Tarcísio desde o início de 2025, vendo-o como capaz de "unificar a base e atrair o centro".

O PL e Republicanos negociam federação para fortalecer a chapa, com Michelle como vice para mobilizar evangélicos (30% do eleitorado). Lula, que venceu SP por margem estreita em 2022, monitora o movimento, apostando em polarização para isolar a direita.

Para o governo paulista, a saída de Torres não afeta operações diárias, mas sinaliza foco eleitoral. Aliados de Tarcísio preveem anúncio oficial em março de 2026, após o carnaval.

O episódio destaca a influência da família Bolsonaro na direita brasileira, mesmo com Jair preso. Para Torres, é retorno ao ativismo político puro; para Tarcísio, reforço na máquina de campanha.