Irmão de Michelle Bolsonaro deixa governo de SP para comandar campanha de Tarcísio em 2026
Diego Torres, assessor especial do governador, pede exoneração após 3 anos; elo com família Bolsonaro, ele organiza estratégias para Tarcísio como favorito de Jair à Presidência
O assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Diego Torres – irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro –, pediu exoneração de seu cargo no Palácio dos Bandeirantes, em comum acordo com o governo. A saída, confirmada nesta terça-feira (26), marca o fim de três anos de atuação como articulador político, com foco em negociações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e como elo permanente entre Tarcísio e a família Bolsonaro. Torres, que cumpriu metas propostas pelo governador desde o início da gestão em 2023, dedicará-se exclusivamente à organização da campanha de Tarcísio para as eleições de 2026, onde o paulista é visto como o nome preferido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar a Presidência da República, com Michelle como possível vice.
A exoneração ocorre em um momento delicado, poucos dias após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e mantida em audiência de custódia. Apesar da confiança mútua entre Torres e Tarcísio – descrita como "extrema" por aliados –, a medida reflete a necessidade de separar funções governamentais de estratégias eleitorais, evitando desgaste político.
“Diego Torres foi peça-chave na articulação com a Alesp e na ponte com a família Bolsonaro. Sua saída é estratégica para focar na campanha, unificando a base conservadora em torno de Tarcísio”, afirmou um assessor do governador, sob condição de anonimato.
Papel de Torres: de articulador no governo a estrategista de campanha
Diego Torres ingressou no governo paulista em janeiro de 2023, logo após a posse de Tarcísio, atuando como assessor especial com salário de R$ 20 mil mensais. Sua função incluía negociações com deputados estaduais e manutenção de laços com o bolsonarismo, facilitando pautas como segurança pública e infraestrutura. Aliados destacam que ele "cumpriu todas as metas" propostas, consolidando Tarcísio como líder moderado no centro-direita.
Com a exoneração, Torres ganha liberdade para coordenar a pré-campanha: montar equipes, planejar comunicação, articular alianças e negociar apoios. A Revista Oeste antecipou em 26 de setembro de 2025 que Tarcísio é o "favorito de Bolsonaro" para 2026, com Michelle como vice para atrair eleitoras evangélicas. A dupla participaria de ato na Avenida Paulista em 6 de abril de 2025, reforçando laços.
Tarcísio adota prudência, adiando anúncios para evitar ofensivas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e desgaste com setores hesitantes do bolsonarismo. Sua equipe, porém, pressiona por início imediato da campanha, vendo na saída de Torres um passo crucial.
| Função de Torres | Período | Principais ações | Impacto na campanha 2026 |
|---|---|---|---|
| Assessor especial (governo) | Jan/2023 - Nov/2025 | Articulação na Alesp; elo com família Bolsonaro | Cumpriu metas; base para transição eleitoral |
| Estrategista de campanha | A partir de dez/2025 | Montar equipes, comunicação, alianças | Unificar bolsonarismo; Michelle como vice |
Contexto político: Tarcísio como herdeiro de Bolsonaro em 2026
A decisão de Torres reflete o planejamento para 2026, onde Tarcísio desponta como o nome da direita para suceder Bolsonaro politicamente. O governador, eleito com 55% dos votos em 2022, unifica conservadores com gestão focada em infraestrutura e segurança, atraindo eleitores além do PL. Bolsonaro, preso preventivamente desde 22 de novembro, reforçou confiança em Tarcísio desde o início de 2025, vendo-o como capaz de "unificar a base e atrair o centro".
O PL e Republicanos negociam federação para fortalecer a chapa, com Michelle como vice para mobilizar evangélicos (30% do eleitorado). Lula, que venceu SP por margem estreita em 2022, monitora o movimento, apostando em polarização para isolar a direita.
Para o governo paulista, a saída de Torres não afeta operações diárias, mas sinaliza foco eleitoral. Aliados de Tarcísio preveem anúncio oficial em março de 2026, após o carnaval.
O episódio destaca a influência da família Bolsonaro na direita brasileira, mesmo com Jair preso. Para Torres, é retorno ao ativismo político puro; para Tarcísio, reforço na máquina de campanha.
