Publicações
Publicado: 18 de junho de 2025 às 10:31
Preços dos alimentos batem recordes históricos – até onde isso vai?
Alta global de insumos, clima e câmbio elevam custos; Brasil enfrenta inflação de até 8 %, e medidas emergenciais tentam conter pressão nos supermercados
Por que os alimentos estão cada vez mais caros?
- Choques climáticos e instabilidade no clima global
Secas, geadas e chuvas intensas prejudicam safras agrícolas, impactando commodities como café, cacau, trigo e óleo de girassol. Com menor oferta, os preços sobem ao longo da cadeia de produção até chegar ao consumidor final. - Custo de energia e fertilizantes
O aumento dos preços dos combustíveis e insumos agrícolas eleva o custo de produção, o que se reflete nos valores dos alimentos nas prateleiras. - Câmbio desvalorizado e foco em exportação
A desvalorização do real encarece insumos importados. Além disso, o setor agrícola prioriza a exportação de commodities como soja e milho, reduzindo a oferta de alimentos básicos como arroz e feijão para o mercado interno.
Preços no Brasil — cenário preocupante
- A inflação de alimentos no Brasil já supera 7,7 % ao ano, ultrapassando a meta da inflação geral.
- Produtos como o milho acumulam alta acima de 20 % no ano, o que impacta diretamente o custo das carnes.
- Frutas e hortaliças seguem em trajetória ascendente, acumulando elevações expressivas nos últimos anos.
Medidas de combate à alta
- O governo federal zerou tarifas de importação sobre produtos essenciais, como carne, açúcar, milho, óleo e massas.
- A política monetária com juros altos busca conter a inflação, embora seu efeito sobre alimentos seja mais limitado.
- Também há debate sobre o uso de estoques reguladores e incentivos à produção local para estabilizar os preços.
Até onde isso pode ir?
- Cenário global: Apesar de projeções de queda moderada em índices internacionais, os preços continuam vulneráveis a eventos climáticos e crises logísticas.
- Brasil: A tendência é de manutenção de preços elevados até pelo menos 2026, especialmente em grãos e proteínas.
- Risco estrutural: A substituição de culturas alimentares por commodities exportáveis e os efeitos das mudanças climáticas dificultam a normalização dos preços.
O que esperar na prática?
Prazo | Efeito esperado |
---|---|
Curto prazo | Estabilização em alguns alimentos sazonais, mas alta contínua em grãos e carnes |
Médio prazo | Alta inflação alimentar com variações sazonais e dependência de clima e câmbio |
Longo prazo | Necessidade de reforma estrutural na política agrícola e segurança alimentar |
Conclusão
A escalada nos preços dos alimentos é reflexo de múltiplos fatores: choques climáticos, alta nos custos produtivos, câmbio desvalorizado e modelo produtivo focado na exportação. Medidas emergenciais ajudam no curto prazo, mas a estabilidade só virá com políticas agrícolas estruturantes, incentivo à produção nacional e maior controle da oferta interna.